Monday, July 28, 2008

Por todos os lados.

Tuesday, July 22, 2008

Ainda, latidos.

Latidos.

Tuesday, July 08, 2008

Perto, nem sempre.

Porque está lá.

Tuesday, July 01, 2008

Cores?

Há onde o inverno é sempre

Pontas dos dedos brincam com fio solto da cortina. Murmúrio da chuva envolve a primeira manhã de julho. Vermelho-terra embaçado do prédio em frente. Acostumados ao olhar, lado a lado, pequenos quadros a guardar olhares outros, sorrisos, torradas, café, abraços, acenos, outra página de jornal. Apito da chaleira. Azulejos e passos dividem o frio. Giro do botão engordurado, últimas borbulhas, silêncio. Pano de prato pendurado pelo furo chamuscado de um descuido dia desses. Na xícara, turvo rodopiar, polvo assustado, vapor perfumado aos olhos. Goles de susto a fugir do calor do chá. No mármore, manteiga na faca, farelos do pão, De ontem? Se ainda fumasse, um cigarro. Um fósforo, então. Amargo nos lábios. A ponta do tapete virada. Farelos, tapete, chão. Em azul, rápidas letras miúdas, café, vinagre, papel toalha, pasta de dentes, pregados com imã calendário, telefone da farmácia. Manteiga, Acho que também acabou. Já depois que ela. O que sobrou do fósforo no lixo, Tenho que tirar. Encarei a porta e o batente escuro emoldurou o que ainda não saudade mas já um aperto, demasiado. Cabelo atrás da orelha, leveza da mão a esfregar no rosto o sono e o bom dia afogado em bocejo, pantufas até a geladeira. Até aos domingos, mesmo um pouco mais tarde, eu acordado, caneca cheia, encostado à bancada, ela, sono, pantufas, o lençol desenhado no rosto, pernas. Não mais. Nem tanto tempo assim, outro dia ainda. Porta aberta, bolsa no ombro, sacola cheia, um sapato para fora, Pego o restante depois, o olhar, folha no rio. É isso?, escapou-me arranhando garganta, chave no bolso, Depois devolvo, pés no carpete, E as coisas?, Depois a gente pensa, e o corredor já lhe abraçava a voz, o martelar do salto. Outro dia ainda. Depois a gente pensa. Depois. Marca da maçaneta, sempre marca, os dois, preto e branco, crianças, E a moldura?, Você escolhe, Preta, larga, pescador de costas encarando o lago, azul, azul-quase-preto, emoldurado, fora de prumo. Continua. Se ela não o levar, talvez.

E os pássaros?

Chicotear afoga o laranja da tarde. Ruidosa cortina apressa a noite. Céu estalado no peitoril, bordas molhadas, tons de verde. Janela, instante ave, aplaude o vento, quase vôo. Pés e barra da calça, sobras de estalo, de verde, frio. Arranhar da esquadria, Vou chamar o, clarão no cinza manchado encontra linha dos prédios, O computador, outro dia mesmo. Estrondo, Telefone, será que precisa? Se ela ligar?. Dedos, só a ponta, no agitar do vidro. Escorre o dia. Guarda-chuva, peão de criança em final de giro, passos de susto, bolsa molhada no alto da cabeça, vela de jangada puxada na mão, pernas finas, branco dos sapatos, flores, desfeitas. Um pulo, flor aberta, outra se perde em água. Rodas aram rio, onda no pano da jangada. Navegar turbulento, pouco mais. Teto de concreto, parede, uma só. Pescoço espichado, olhar de espera. Cachorro, também náufrago, debaixo do banco. Novamente linhas acesas, Esse mais fraco, ou longe. Pêlos, momento céu, espalha chuva em susto, pé batido no chão, chute no ar, rabo e patas corrida alvoroço. Branco, fachadas janelas calçada. Navios ao chão, As tomadas. Sofá para o lado, tapete embolado, finas patas, caminhar delicado, poeira, cabelos, fuga emaranhada. Tapete, azul, vermelho, descalço, Eca, amarelo manchado, Tenho que limpar antes, Por que não liga?. Mão segura o fio, Já está passando, será que precisa?. Suspiro, desabado, pernas cruzadas, almofada no colo. Telefone, cinzeiro, lembrança de salv, Quebrou na festa, nem um mês, última. Vestido claro, alça caída, marca da praia, quase o rosa, Ajeita, tá todo mundo olhando, continuou dançando, sorriso solto, gelo e dedos, criança na água. Criança na sala. Lampejo, distante. Quase nem fachada. Quase noite. Chiado em marola, ainda aplausos. O horizonte, janela. Acesa, uma. Galhos e folhas, algazarra, Para onde?. Corpo aninhado, rosto no braço do sofá, Ela bem que podia. Outra janela acesa. O olhar, neblina, misturando contornos, farfalhar, longe, mancha no tapete.